E, no futuro, a tendência deverá manter-se, até porque, como disse ao Publituris a professora Antónia Correia, diretora da Faculdade de Turismo e Hospitalidade da Universidade Europeia, que em 2016 elaborou um estudo sobre o tema, “devido ao grande crescimento populacional e à concentração em centros urbanos, a tendência é a afirmação do turismo rural e de natureza ao nível mundial”, refere a responsável, explicando que também o envelhecimento da população e o aumento da esperança de vida contribuem para o aumento da procura por este tipo de turismo. “Este prolongamento da vida ativa reflete-se também em hábitos de vida mais saudáveis, sendo que a idade biológica deixa de corresponder à idade psicológica. Este desfasamento etário traduz-se num código de comportamentos e interesses mais jovens, hábitos alimentares mais saudáveis e formas de lazer mais descontraídas, atributos que só o turismo de natureza e/ou rural podem oferecer”, explica Antónia Correia.

Atualmente, o turismo rural representa 58% do fluxo total de turistas a nível internacional, peso que baixa para os 27% em Espanha e que é ainda “muito reduzido” em Portugal, acrescenta a professora da Universidade Europeia, considerando, no entanto, que “estas formas de turismo se complementadas com o turismo de saúde constituirão umas das formas mais procuradas do século XXI”, defendendo que o crescimento registado em Portugal vai levar a “um reposicionamento a muito curto prazo”.

Por enquanto, as unidades portuguesas são “por inerência de muito pequena dimensão” e a oferta continua a estar concentrada nas “atividades agrícolas ou de enologia”, pelo que, defende a professora Antónia Correia, na base da sua diferenciação está a “hospitalidade dos que recebem os turistas” e a própria dimensão dos empreendimentos, “que de tão pequenos oferecem um tratamento extremamente personalizado ao seu hóspede fazendo-o sentir-se em casa fora de casa”, afirma.

Procura:

Como refere Antónia Correia, o público que procura turismo local prefere “alojamentos que sejam acolhedores e modernos, com ambiente calmo e relaxante e com instalações privadas. Ao nível do espaço, o alojamento deve apresentar condições de higiene e segurança, integrados na paisagem natural, potenciando a sua apreciação, um ambiente calmo e tranquilo, assim como quartos personalizados e confortáveis, além de atividades culturais locais, excursões e atividades sociais e ambientais sustentáveis”.

Desafios:

Apesar do período dourado que o turismo rural parece viver, existem ainda desafios que se atravessam no caminho deste segmento turístico, com Antónia Correia a sublinhar que “é preciso reforçar a comunicação, facilitar mais informação sobre a oferta disponível e diferenciar a oferta, tanto em termos de serviços como de entretenimento”. O reforço da oferta vai permitir, defende a responsável, “melhorar a sua quota de mercado, fundamentalmente no mercado alemão que é, por inerência, o mercado com maior propensão para o turismo rural”, considera Antónia Correia, referindo que para potenciar este segmento é necessário que exista “complementaridade entre atividades de natureza, saúde, bem-estar e desporto porque cada vez mais o turismo é uma experiência social, pessoal e espiritual”.

Fonte: www.publituris.pt

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